A vertebroplastia percutânea é um tratamento minimamente invasivo para fracturas vertebrais por osteoporose ou tumores, com o objectivo de reduzir a dor e fortalecer a estrutura óssea. Consiste na injeção por meio de uma agulha introduzida no interior da vértebra fraturada de um cimento acrílico (o polimetilmetacrilato). O procedimento é realizado sob radioscopia, o que permite ao médico localizar o corpo vertebral afetado e injectar em seu interior o cimento com precisão, evitando assim um procedimento cirúrgico a céu aberto, muito mais agressivo.
Há uma melhora significativa ou desaparecimento da dor na maioria dos pacientes após 48 horas, permitindo uma alta hospitalar precoce e retorno as suas actividades normais em quatro a cinco dias. Esse efeito rápido pode ser explicado por reações térmicas, químicas e fatores mecânicos (estabilização da fratura após injeção do cimento, o que reduz os movimentos) e ainda à redução de estímulos nervosos relacionados à transmissão da dor, sendo esse o mecanismo mais provável de melhora. Este procedimento não corrige a perda óssea nem restitui a sua anatomia original. No caso de metástases de tumores o seu resultado é mais reservado.
O tratamento convencional para essas fracturas inclui a analgesia, repouso e uso de coletes ortopédicos, o que em pacientes idosos favorece o desencadeamento de infecções pulmonares e eventos tromboembólicos, quando os mesmos permaneciam acamados por longo prazo. O tratamento cirúrgico fica reservado para casos em que há comprometimento neurológico, devido à compressão de uma raiz nervosa ou da medula espinhal. É importante salientar que este tipo de fractura é muito comum, mas infelizmente, pouco diagnosticada pelos profissionais de saúde.
Em 2002, nos EUA, ocorreram 700 mil fraturas vertebrais, o dobro do número de fracturas da cabeça do fémur. Entre os exames de imagem, o Raio X bem como a tomografia computadorizada podem apresentar imagens que não revelam o problema na fase aguda, porém, a ressonância nuclear magnética é o método de eleição, visto que detecta precocemente a fratura.
Os resultados desse tratamento a longo prazo ainda são desconhecidos. A literatura médica relata apenas cerca de 1% de complicações, sendo as mais frequentes a dor radicular, infecções, sangramento e embolias nas situações em que o cimento acrílico extravasa para a corrente sanguínea em direção ao pulmão e coração.
Fonte:coluna.com
Postado por: Suênia Peixoto